Mês: Abril 2020

«AS PALAVRAS DA VOCAÇÃO»: SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES CONSAGRADAS 2020

Palavra do dia: Gratidão…

Da Mensagem do Papa Francisco para o 57º Dia Mundial de Oração Pelas Vocações

A realização de nós mesmos e dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso «eu» isolado; pelo contráriotrata-se, antes de mais nada, da resposta a uma chamada que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir e, ainda antes disso, dá-nos a coragem de subir para o barco; e Ele, ao mesmo tempo que nos chama, faz-Se também nosso timoneiro para nos acompanhar, mostrar a direção, impedir de encalhar nas rochas da indecisão e tornar-nos capazes até de caminhar sobre as águas tumultuosas”. (Papa Francisco )

Para refletir…

  • Que margem? Em que direção? A que me chama Jesus?
  • Que resposta estou disposto/a a dar a esta chamada?

 Testemunho de uma Doroteia…

PASSAR do medo à confiança: 3º DOMINGO DA PÁSCOA

Palavra do Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou estes dias». E Ele perguntou: «Que foi?». Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?». Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?». Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão. (Lc 24, 13-35)

Noticia

Vestido de Thor, fisioterapeuta distribui marmitas grátis a camionistas no Brasil

Preocupado com o impacto do novo coronavírus na vida das pessoas, o fisioterapeuta Gabriel Grasi, de 31 anos, resolveu levantar-se do sofá e dar a sua contribuição para enfrentar a doença. Ele começou a produzir marmitas e, vestido de Thor, distribui de graça comida a camionistas em Orlândia (SP).

No dia seguinte, Gabriel decidiu vestir o traje de super-herói para chamar mais atenção na estrada. Numa das entregas, o fisioterapeuta emocionou-se, quando o motorista, de Goiás, desceu do caminhão e se ajoelhou na pista para agradecer a marmita. “Ele desceu já a chorar, aí comecei a chorar também. Ele falou que estava sem comer há três dias, desde que tinha saído de casa”, conta Gabriel.1

Interpelação

Os nossos dias mais tristes e abatidos muitas vezes são caminhadas parecidas à destes homens que seguiam em direção a Emaús. Sem darmos conta, Deus acompanha-nos e abre-nos os olhos. Isto torna-se ainda mais bonito à luz da notícia de hoje. Os camionistas brasileiros viajam durante muitas horas na estrada e acabam por passar fome numa altura em que quase todas as estações de serviço das autoestradas estão fechadas.

Muitas vezes perdemos a esperança de saciar as fomes que trazemos connosco e esquecemo-nos que a maior fome, só pode ser saciada por uma Pessoa. Apesar de me estar a referir a uma fome espiritual, nesta notícia quase podemos materializar o momento em que os discípulos reconhecem o Senhor na fração do Pão, através de Gabriel e dos seus amigos e do seu gesto de distribuição de refeições aos camionistas..

  • E eu, que fome(s) trago comigo?
    Jesus fez-se pão para nos dar o Verdeiro alimento!
  • Como vivo os momentos de desolação interior? Fujo através de distrações e de prazeres egocêntricos?
    Ou paro e vou à procura do “Pai das Consolações”, aquele que me ama e que acima de tudo me quer feliz?

Desafio

Hoje vou procurar ir ao encontro de alguém que esteja a viver comigo este tempo de quarentena e dar-lhe mais atenção, mostrar mais interesse pela sua vida, levar-lhe uma palavra de ânimo. Caso eu esteja a viver esta fase de vida sozinho procuro telefonar ou escrever a alguém de quem me tenho recordado mais ultimamente, mostrar interesse por ele, pela sua vida neste momento e ser assim a presença de Jesus.

1 https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2020/04/01/vestido-de-thor-fisioterapeuta-distribui-marmitas-gratis-a-caminhoneiros-na-rodovia-anhanguera.ghtml

PASSAR do medo à confiança: DOMINGO DA MISERICÓRDIA

Palavra do Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome. (Jo 20,19-31)

Noticia

Em tempo de pandemia, Ashley Lawrence, estudante de 21 anos, confeciona máscaras para pessoas surdas e com problemas auditivos. Esta jovem apercebeu-se que as máscaras tapam por completo a boca e grande parte dos gestos da cara, o que dificulta a expressividade e o entendimento. Diz ela que “se alguma vez viste os tradutores na televisão, provavelmente notaste que partilham muitas emoções com o seu rosto. Se se elimina esta função, é como se se eliminasse metade da mensagem”. O seu objetivo é ajudar e colaborar para que a comunicação das pessoas com os seus familiares e pessoas próximas seja mais simples.1

Uma vez que faz este serviço gratuitamente, esta jovem lançou uma campanha de crowfunding para suportar os gastos.

Interpelação

Neste domingo celebramos o dia da Misericórdia. Viver Misericórdia é sair de si e ir ao encontro de quem mais necessita.

  • A quem sinto que o Senhor me envia nesta hora?
  • Por quem estou disposto a ser criativo e dar do meu tempo, energias, etc.?

Procuro ao longo da semana ter um gesto concreto em favor de alguém.

1 https://tvi24.iol.pt/internacional/coronavirus/covid-19-estudante-cria-e-distribui-mascaras-para-surdos

MENSAGEM AOS JOVENS DA COORDENADORA GERAL DAS IRMÃS DOROTEIAS

Queridos Jovens da Família Doroteia,

Vós que estais na “linha da frente” da vida, saboreai, vivei e agradecei a Deus a vossa Juventude. E não há melhor forma de o fazer senão acolher com entusiasmo o desafio que Ele vos faz no meio das “trevas” em que o mundo se encontra.

Santa Paula diz-nos: “Se tendes pouco, dai muito” e eu acredito na vossa criatividade e generosidade. Sintonizados com Jesus descobrireis como viver esta hora, dando a vida como Ele fez por nós.

Certamente recordam as palavras que o Papa Francisco vos dirigiu no Domingo de Ramos, dia mundial da Juventude: “…a maior alegria é dizer sim ao Amor, sem se…nem mas…” Que grande desafio para viverem esta Pascoa!

Que o Senhor vos abençoe e às vossas famílias. Fico a rezar por vós. Rezai também por mim e por todas as Irmãs Doroteias.

O meu abraço para todos. Vossa amiga irmã São Ribeiro

PASSAR do medo à confiança: DOMINGO DE PÁSCOA

Símbolo de Santa Paula

Pelicano: “O pelicano é símbolo do amor paternal, devido à crença de que esta ave aquática é extremamente zelosa com as suas crias, alimentando-as com o seu próprio sangue e carne. A iconografia cristã fez do pelicano símbolo do sacrifício e ressurreição de Cristo.”1

Associamos o pelicano a Santa Paula porque à semelhança de Jesus também ela deu/gastou a vida pelo Instituto das Irmãs Doroteias. Podemos ler no livro das Memórias o que recordou uma irmã a seu respeito: “Se eu soubesse – disse a nossa afetuosa Fundadora com o rosto inflamado – se eu soubesse que uma das minhas Irmãs se encontrava longe do Instituto, parece-me que caminharia mesmo de joelhos para a ir buscar.” (Memórias, pág. 530.)
Estas palavras são reveladoras da dimensão do seu sacrifício pelas suas Irmãs.

Paula conhecia e apreciava o alcance profundo deste símbolo associado a Cristo, de tal modo que em 1864, ofereceu ao Papa Pio IX um pelicano feito por ela.

Domingo da Ressurreição

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. (Jo 20,1-9)

Para refletir

Olhar e atitude de Maria

Madalena vai de manhã cedo, ainda escuro, ao túmulo, e vê, com um olhar normal a pedra retirada; pensa que tinham levado o corpo de Jesus e é isso que vai dizer a Simão Pedro e ao discípulo amado. Ela vai quando ainda está escuro, não vê claramente… não acredita… (No evangelho de João quem anda na noite, no escuro, nas trevas, anda perdido na incompreensão e na cegueira, e nada entende).2

Olhar e atitude de João

“O discípulo amado” entrou, viu e acreditou. O olhar de João é olhar do discípulo fiel que acompanhou Jesus também na cruz, é o olhar de quem lê e compreende os sinais, que vê e os entende à luz do mistério: morte e ressurreição de Jesus.

O meu de olhar e a minha atitude

  • Como me sinto a olhar para esta realidade nova de pandemia que me envolve? Estou “desperto” para ler os sinais de Deus?
  • Olho para o que vejo a partir da escuridão ou como quem procura ler os sinais de Deus à luz dos acontecimentos da morte e ressurreição de Jesus?
  • Acredito que Jesus está vivo hoje? Alegro-me porque Jesus está vivo e presente na minha vida?
  • A minha vida deixa transparecer esta confiança em Jesus?

Frase da semana:

“Desejo a todas Santa Páscoa, mas lembrem-se bem de que, para ressuscitar com Jesus, é preciso primeiro morrer com Ele no Calvário e na Cruz.” Paula Frassinetti

1 in Pelicano
2 Cf. Túmulo aberto

PASSAR à conversão de coração: SÁBADO SANTO

O silêncio em Paula

Com os olhos fitos num lindo crucifixo branco, parecia absorta, como se não desse por nada do que acontecia à sua volta. O silêncio rodeava-a. Desde o primeiro ataque de paralisia, Paula tinha-se tornado hipersensível…tinha o rosto contraído e muito pálido, sulcado por uma lágrima involuntária. O dedo atingido de gangrena provocava-lhe espasmos atrozes… Sem notar que a Irmã Maria estava no quarto, rezava movendo os lábios: «Senhor, ajudai-me vós a levar esta cruz que, no entanto, nem cravos tem. Vós, sim, que soubeste sofrer; eu não sou capaz.» (cfr Paula…Loucuras por Cristo, p. 70)

Para reflectir:

Deus está calado

Jesus morreu. Deus está calado. Hoje não há Palavra, há o silêncio que fala, que dói, que atordoa, que obriga a esperar o que se passa para além do silêncio.
Maria, a Mãe de Jesus, espera no silêncio e em silêncio

Invisíveis mas existimos

As nossas ruas estão desertas, como se a vida, as nossas vidas deixassem de existir; mas não, elas estão aí. Invisíveis, é verdade, mas existimos.
Assumir a invisibilidade que não é sinónimo de morte. Estar em casa, cuidarmo-nos em casa, é cuidar da vida de tantos, “ é uma cruz que nem cravos tem”.
Silenciar, ouvir o que se passa para além do silêncio, esperar do silêncio a vida que nos surpreende é o desafio deste dia.

Desafio

Vou dar espaço, hoje, no meu dia para me deixar surpreender com a “palavra” do silêncio.

  • Que me diz? Que medos me revela? Que palavra me dirige?

Escuto…escuto…Hoje é o dia de escutar, com Esperança, o Silêncio que anuncia VIDA.

PASSAR à conversão de coração: 6ª FEIRA SANTA

Como Paula acompanhar Jesus na cruz

«Estamos na Semana Santa, e por isso desejo e peço que, nestes dias, possa fazer boa companhia a Jesus, na sua Paixão, e a Nossa Senhora das Dores, para que no dia da Santa Páscoa possa ressuscitar com nova alegria e continuar a trabalhar, com novo alento, na vinha do Senhor.» Paula Frassinetti  (C 246,4).

6ª Feira Santa

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota, onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.» Este letreiro foi lido por muitos judeus, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego. Então, os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas ‘Rei dos Judeus’, mas sim: ‘Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.’» Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.» Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras. Então, os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados. Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua. Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!» Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. (Jo 19, 17-30)

Para refletir:

A solidão

Hoje contemplamos Jesus na cruz:

«Junto à cruz de Jesus estavam de pé, sua mãe, e a irmã da sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena…» 

  • Junto à cruz de Jesus estavam algumas mulheres…, mas quase todos os discípulos estão longe… Jesus não tem perto de si aqueles que foram os seus companheiros dos últimos anos.

Muitos são os que hoje estão longe dos que amam e vivem com medo e ansiedade este tempo…  Muitos são os que morrem numa solidão terrível… sem o afeto e sem a consolação de uma presença espiritual.

  • Tenho-os presentes na minha oração?
  • Como é que na hora atual posso ser “presença” junto às cruzes de tantos que sofrem?

Desafio

  •  Hoje vou ser presença! Vou procurar ser “presença” junto de alguém que está só através de uma mensagem, carta, telefonema, oração, etc…

PASSAR à conversão de coração: 5ª FEIRA SANTA

Gestos que falam de amor em Santa Paula:

«Foram obrigadas a acolher umas quarenta mulheres, condenadas por terem matado o pai ou a mãe, ou por terem praticado outros crimes semelhantes.
As condenadas esquadrinhando ferozmente a Madre Fundadora e as outras Irmãs, gritavam: “havemos de arrancar-lhes a alma”.
A Madre Fundadora ordenou, então, às Irmãs que preparassem, quanto antes, pão, vinho, salame, presunto, etc.; e, quando tudo estava pronto, com a sua costumada amabilidade convidou as hóspedes a refazerem as forças. Aquelas pobres mulheres começaram a olhar à volta, maravilhadas, e, deixando de maldizer, puseram-se a comer tranquilamente. E bem cedo lhes ganhou o coração.» (Memórias, pág. 99)

5ª Feira Santa

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também». ( Jo 13, 1-15)

Para refletir:

Hoje, é o Dia do Amor!

  • “Fazei isto em memória de Mim!”
    Jesus, hoje, lava os pés aos seus discípulos e partilha com eles tudo o que tem e é… Não se reserva, dá-se todo…  Jesus deixa-nos um legado ser pão repartido para todos…  Ser vida repartida, partilhada, compartilhada com todos…  Ser Dom, Dom de Deus, somos Juventude Doroteia, somos Família Doroteia!

Hoje, deixo-me desafiar pelo Amor!!!

  • E, diante da realidade (em) que vivo, como sou presença/testemunho/dom/pão para os meus familiares, amigos, vizinhos, conterrâneos… deste Jesus que digo amar…?
  • Que me diz Jesus? Que me pede, hoje, para dar e para me dar?

Hoje, nesta 5ª Feira Santa, sou então DOM – presença amorosa – DE DEUS

Gestos viralizadores de e do Amor!!!

PASSAR à conversão de coração: DOMINGO DE RAMOS

Símbolo de Santa Paula:

Girassol: Junho de 1882. Paula adoeceu gravemente. Aproximava-se a sua hora. Apesar de todos os esforços dos médicos a doença progrediu e, no dia 11 desse mês, Paula morreu na grande paz de que goza um coração que sempre fez o bem.

Depois da sua morte, muitas pessoas recordavam todo o bem que ela fez. S. João Bosco, que conhecia muito bem Paula, disse a seu respeito: “É um verdadeiro girassol!

Assim como o girassol se volta sempre para a luz do sol, assim Paula orientou sempre a sua vida para a Vontade de Deus.

Domingo de Ramos

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?» Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’» Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze. Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.» Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?» Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará. O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!» Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» – respondeu Jesus. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei: Isto é o meu corpo.» Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos. Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados. Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira, até ao dia em que beber o vinho novo convosco no Reino de meu Pai.» Depois de cantarem os salmos, saíram para o Monte das Oliveiras. Jesus disse-lhes, então: «Nesta mesma noite, todos ficareis perturbados por minha causa, porque está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho serão dispersas. Mas, depois da minha ressurreição, hei-de preceder-vos na Galileia.» Tomando a palavra, Pedro respondeu-lhe: «Ainda que todos fiquem perturbados por tua causa, eu nunca me perturbarei!» Jesus retorquiu-lhe: «Em verdade te digo: Esta mesma noite, antes de o galo cantar, vais negar-me três vezes.» Pedro disse-lhe: «Mesmo que tenha de morrer contigo, não te negarei!» E todos os discípulos afirmaram o mesmo. (Mt 26, 14 – 27, 66)

Para refletir:

É a Festa do Domingo de Ramos.

Jesus, que viveu sempre voltado para o Pai, veio ao mundo para fazer a Sua Vontade e levou até ao extremo as consequências da sua identidade e missão, do Seu Amor pelo Pai e pela Humanidade.
Aquele que passou fazendo o bem aproxima-se, agora, de Jerusalém, aproxima-se da Sua Hora, de partir deste mundo para o Pai.
Aquele que sempre andou a pé ou de barco entra, agora, montado num jumentinho e deixa-se aclamar por Rei.
Defende e assume claramente a Sua identidade e missão.
Ele é o Salvador esperado, o Messias, o libertador, o “Filho de David”.

Entrando no Evangelho deste dia,
“somos todos levados a percorrer e a reviver as últimas e decisivas vinte e quatro horas de Jesus, desde as 15h00 de Quinta-Feira Santa até perto das 18h00 de Sexta-Feira Santa:

  • 15h00 = Preparação da Ceia
  • 18h00 = Ceia Primeira!
  • 21h00 = Getsémani
  • 24h00 = Prisão de Jesus
  • 03h00 = Pedro nega e o galo canta
  • 06h00 = Jesus diante de Pilatos
  • 09h00 = Crucifixão de Jesus
  • 12h00 = as trevas em vez da Luz!
  • 15h00 = Morte de Jesus
  • 18h00 = Sepultamento de Jesus”1

Aproxima-se a hora em que o que tínhamos por certo e seguro se desmorona.

Vivemos o tempo da impotência humana, a grande oportunidade para que Deus possa fazer milagres na nossa história.

Precisamos de passar por dentro deste tempo de incerteza que nos dá medo para aprendermos a entregar-nos a Deus, conscientes das nossas debilidades, e certos de que uma hora nova está já preparada para nascer.

O homem acreditava que podia ser Senhor da vida e da morte, podia determinar quem pode nascer e quando vai morrer. Estamos a confrontar-nos com a nossa verdade: Deus dá-nos a possibilidade de dominar a terra mas não somos senhores de nada. Está a nascer um novo céu, uma nova terra, uma nova humanidade. Um céu mais claro, uma terra mais limpa, uma humanidade mais solidária. E já vemos os sinais.

Aproxima-se a hora…

  • Que estou a fazer para acolher esta hora?
  • Que me sinto a perder?
  • Que me sinto a ganhar?
  • A que me agarro para alimentar a esperança?
  • Para Onde é que esta Hora me está a voltar?

…como o girassol, voltada para o sol, para Deus.

Frase da Semana:

“A tribulação cerca-nos de toda a parte…porém, não desanimo, porque sei que o grão, para dar fruto, primeiro tem que apodrecer debaixo da terra.” Paula Frassinetti

in Mesa da Palavras